NÓS E A FILOSOFIA

NÓS E A FILOSOFIA

O QUE É FILOSOFIA?

 

Definir o que é filosofia não é uma tarefa tão fácil, pois a própria filosofia já foi pensada e repensada desde que o termo foi inventado por Pitágoras, por volta do século VI a.C. A palavra é formada por duas palavras gregas, “filo” que quer dizer amor ou amizade e “sophia” que quer dizer sabedoria ou conhecimento. Filosofia portanto seria amor pelo conhecimento, pela sabedoria.

Sendo o filósofo um “amante do conhecimento” isso significa que ele não é dono do saber, nem uma espécie de guru ou sábio dogmático. O filósofo é apenas um amigo e amante da verdade que está fora de seu domínio, seu papel é buscar a sabedoria, relacionar-se com ela e dividi-la com os outros.

Na época de Sócrates existia uma classe de sábios chamados sofistas. Eram célebres pensadores que discursavam seus conhecimentos para o público interessado em participar ativamente na política do estado. Agiam com se fossem donos do saber e não endossavam o pensamento crítico. Platão os descreve como aproveitadores e mestres didáticos, mais preocupados com o ganho, com a comercialização do conhecimento, do que com a busca pela verdade.

A filosofia se contrapõe a sofística, pois os sábios sofistas buscavam justificar verbalmente suas teorias usando de artifícios retóricos, e não tinham nenhum compromisso com a verdade. O filósofo, como amante do saber, não dispõe necessariamente deste saber, e o que ele pode fazer de fato é levar outros a buscar junto com ele, o conhecimento.

Sócrates compara o trabalho do filósofo ao de uma parteira que “ajuda” a mulher a dar a luz um filho ou filha, da mesma forma o filósofo “ajuda”, “auxilia” no parto das idéias, para que elas brotem para fora de seu discípulo. Este conceito foi aplicado mais tarde ao termo educação, quando se passou a usar a palavra “educere” que significa “conduzir para fora”, associada ao termo original “educare” que significa “nutrir”.

Platão, aluno de Sócrates, acrescenta que o filosofar é o ato de admirar-se diante da realidade circundante. Essa admiração por sua vez é resultado da reflexão. Podemos olhar um objeto e simplesmente aceitar que ele está ali diante dos nossos olhos, ou, podemos nos perguntar, que objeto é esse? Quem o colocou ali? Qual a sua finalidade? Essa admiração de Platão é aquela mesma admiração das crianças diante do desconhecido, admiração que infelizmente, o homem vai perdendo conforme cresce, se adapta e se conforma.

 

 

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